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sexta-feira, 29 de abril de 2016

O Brasil gostando do Brasil


O Brasil é um pais controverso, pois só gostamos de um produto genuinamente brasileiro, a seleção brasileira de futebol.  É preciso ampliarmos este leque de opções que tornariam nós brasileiros orgulhosos de sermos brasileiros.  Só depende de nós.  Se ganhamos o nosso salário como consequência de exercermos nossa atividade profissional aqui no Brasil, temos que aumentar um pouco e gradativamente, o consumo de produtos genuinamente brasileiros, antes que os mesmos desapareçam.

A maioria das indústrias estavam localizadas nas regiões sudeste e sul do Brasil.  Hoje já temos indústrias montadoras de veículos, produtos de higiene e limpeza e de óleo de soja localizadas no nordeste brasileiro.  No Centro-Oeste, temos indústrias montadoras de veículos, bem como agroindústrias ligadas ao milho.  Os produtos destas indústrias se encontram a venda também no sudeste e sul do Brasil.

Adquirir tais produtos, é um incentivo para se descentralizar industrialmente o Brasil, para que a população das demais regiões brasileiras diminuam sua migração para o Sudeste e o Sul do Brasil, em busca de trabalho.  A continuidade desta descentralização depende de nós enquanto consumidores, de observarmos esta informação na hora de consumir.

O Brasil é um país moderno, pois sentimos que executamos várias tarefas diferentes dos nossos pais, tios e avós.  Mas, a última tarefa deste texto, nós agimos de modo idêntico aos nossos ancestrais.


Namoramos diferente

Antigamente, quando se interessava por um namoro, o pretendente se dirigia até casa da pretendente e pedia a mão da mesma em namoro, ocasião em que a família dela fazia diversos questionamentos ao pretendente de namorado sobre a família do mesmo, bem como sobre suas intensões no namoro.


Nos dias de hoje, o rapaz conhece a namorada e no final de semana seguinte a leva para dormir em sua casa ou então leva para namorar num motel, que é um tipo de estabelecimento adaptado no Brasil para receber casais que pagam para ficar a sós durante algumas horas num quarto do mesmo e, em seguida, pagam pela permanência e vão embora.  A origem deste tipo de estabelecimento é de fora do Brasil e é construído na beira das rodovias e destinado à pernoite de motoristas em viagens longas.  

Nossos ancestrais montavam suas famílias uma única vez, para durar para sempre até o final de suas vidas.

A medida que o tempo passou, as tensões no trabalho, no trânsito, bem como os programas televisivos noturnos, dentre outros fatores levaram ao enfraquecimento familiar.  Atualmente, montamos e desmontamos nossas famílias como quem troca de roupa. Existem até famílias que já nascem desmontadas.  Mudamos até de religião para termos casamentos seguidos em cada igreja.


Estudamos diferente

Antigamente as opções de estudo técnico e superior se concentravam nas capitais brasileiras, com ensino de qualidade e bancado predominantemente pelo Governo Federal.  Atualmente, as escolas do Governo Federal têm criado unidades pelo interior brasileiro, além da concepção de unidades privadas e até o constante avanço das unidades que praticam educação a distância (ead).


Nos comunicamos diferente

O telefone fixo era algo semelhante a uma joia que as famílias tinham e os ostentavam nas salas de estar.  Quando estávamos no local de trabalho e precisávamos telefonar para nossas casas, tínhamos que nos dirigir até a mesa dos nossos chefes, para pedir permissão aos mesmos e usar o telefone da empresa para efetuar uma ligação telefônica, sem privacidade alguma, pois o chefe ouvia todo o teor da nossas conversas ao telefone.

Para se adquirir um telefone fixo era preciso esperar que a única operadora de telefone do seu estado, que era estatal, anunciasse um novo plano de expansão, para que os interessados fossem se inscrever.  Recebia-se um carnê a ser pago em 2 ou 3 anos.  Após este prazo, tinha-se que aguardar a instalação da linha junto com o aparelho.

Atualmente, uma linha é solicitada e, em até 48 ou 72 horas a instalação é realizada e a linha é paga junto com a primeira conta do telefone.

Já os aparelhos celulares, você vai até uma banca de revista mais próxima, adquire um chip, compra um aparelho pela internet, monta um no outro, e ele está pronto para efetuamos diversas tarefas com o mesmo, inclusive as ligações telefônicas a qualquer hora e local.


Trabalhamos diferente

Na época de nossos pais, tios e avós, trabalhar era sinônimo de ingressar numa empresa aos 9 anos de idade e nela trabalhar até chegar a aposentadoria.

Atualmente, trabalhamos diferente de nossos pais, tios e avós.  O trabalho virou sinônimo de trocar de roupa pois ingressa-se numa empresa hoje, amanhã já estamos em outra.  O trabalhador se viu diante de um concorrente incrível.  Trata-se da automação industrial, tendo o robô como o mais semelhante ao ser humano.   A exigência das empresas por qualificação é constante, cursos de aperfeiçoamento também.  

Noutro dia já estamos trabalhando em outra empresa, numa função diferente das anteriores.

Temos ainda o trabalhador que trabalha fora do local de trabalho, em geral em casa.  Este ofício tem o nome pomposo de home worker, algo impensado na época de nossos ancestrais.



Compramos diferente

Compramos produtos de modo diferente dos nossos ancestrais.  Antes, havia uma preocupação com o que gostaríamos de comprar e os bens duráveis duravam muito pois além de resistentes não se modificavam os modelos, desenhos e cores com a frequência com que se faz hoje.  O valor do bem era fato mais que importante.  A maioria das compras era feita ou a vista, em dinheiro, ou a prazo nos carnês da própria loja.

Atualmente, compramos mais vezes o mesmo bem, antes durável, agora descartável.  A preocupação com o preço do mesmo praticamente desapareceu.  É mais importante saber se o valor da prestação cabe no nosso orçamento.  A taxa de juros, diga-se de passagem, uma das maiores do mundo, é ignorada pela imensa maioria.  E o lojista bem como as financeiras, é claro, sabem disto.  Trabalhamos cada vez mais para remunerar melhor o capital das lojas e das financeiras. 

Quando as concessionárias de rodovias, assumem seus trechos, recuperam-as conforme inauguradas num passado remoto.  Em seguida montam as praças de pedágio para arrecadar dinheiro e com ele iniciar as duplicações.  O curioso é que nós reclamamos pois já estão arrecadando dinheiro sem ampliar a rodovia.  Mas, é exatamente assim que deveríamos fazer com as nossas finanças,  ou seja, guardar dinheiro primeiro para depois adquirir os bens de consumo pretendidos e a vista, pois consegue-se aí generosos descontos.  Com as taxas de juros brasileiras, historicamente uma das maiores do mundo, seria economicamente e racionalmente impensado, adquirirmos algo a prazo, mas nós adquirimos.

Já ouvi trabalhadores declararem que ficam perdidos, ou seja, sem saber o que fazer com parte do salário se não tem um carnê para pagar.


Importamos igualmente

Mas, tem um item que fazemos de maneira idêntica dos nossos ancestrais.  Na hora de comprar, entre um produto brasileiro e um importado, sem pestanejar, optamos por um produto importado.  Logo, é difícil falar de inovação de produto.  Qual produto?  Cada vez menos fabricamos algum produto.  As poucas empresas brasileiras, ou abrem falência, ou são absorvidas por uma multinacional, ou ainda existem setores em que aqui no Brasil é bastante dinâmico, mas você não encontra nenhuma empresa genuinamente atuando neles.  Pneus, carros de passeio, caminhões pesados, telefones celulares, dentre outros setores.  Nem sequer observamos este grandioso detalhe na hora de consumir.

Já tivemos 2 fábricas de aparelhos de som no Brasil, mas com a enxurrada de outras vindas de outros países, uma delas desapareceu e a outra está relutando para sobreviver em meio a uma recuperação judicial.

Reclamávamos que tínhamos apenas 4 fábricas montadoras de carros de passeio no Brasil durante décadas.  Hoje temos ao menos 11 fábricas que montam carros de passeio no Brasil e ainda assim importamos carros de passeio. Você duvida que temos?   Então vamos contar juntos: as 4 fábricas de outrora, mais 3 japonesas, outras 3 francesas, e 1 fábrica de origem coreana.  Observe que nenhuma delas genuinamente brasileira.  Quem se atreve a conceber uma?  Nem fábrica de pneu genuinamente brasileira temos!

E o pior, que isto já virou cultura, pois quando observamos os setores novos como os de informática.  Cada inovação de um software ou hardware já é feito certos de que as empresas fundadas serão, mais dias ou menos dias, absorvidas por uma empresa maior, em geral, uma multinacional.  

Temos a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo.  Mas, a maioria da população brasileira desconhece este fato.  Faça você uma pesquisa com seus familiares e amigos.  Em quais operadoras de linhas aéreas estão operando estes aviões brasileiros de turbinas a jato?


Inovar o quê?

Como pensar e praticar constantemente a INOVAÇÃO se temos poucos produtos brasileiros?  Como inovar algo que não existe? 

Em função do tamanho da população e do tamanho da economia brasileira, é extremamente baixa ainda hoje, a relação entre as empresas e as entidades de ensino, como as universidades brasileiras.  Esta relação só é ampla nas áreas biomédica e econômica.  A área biomédica é acionada quando temos alguma doença nova, para ser pesquisada, mediante pressão da população, das redes sociais e da imprensa.  Já a área econômica é pinçada para calcular e justificar os diversos índices de inflação e justificar o desemprego, dentre outros.

Uma relação bastante estreita aqui no Brasil, de se tirar o chapéu, existe na agricultura.  Trata-se da parceria entre o campo e a Embrapa.  Nesta parceria, os técnicos agrícolas e os engenheiros agrônomos conseguem ouvir e serem ouvidos pelos agropecuaristas.

Aliás, é bom ressaltar que estamos assistindo a uma inovação constante na agropecuária brasileira em todo o território brasileiro, até mesmo na sua Confederação Nacional, pois até presidente mulher a CNA já teve, ao passo que a CNI, cujas ações estão predominantemente realizadas num único estado da região sudeste do Brasil e além disso não teve uma mulher como sua presidente. 

Se tivéssemos uma parceria no mesmo nível na indústria, penso que os tigres asiáticos teriam o Brasil como um concorrente a altura deles.  Temos que reconhecer que eles nos ultrapassaram e está cada vez mais difícil alcançá-lo.  Enquanto isto, o Brasil se preocupa apenas em contemplar os países da América Latina com seus produtos industriais.  Uma honrosa exceção é a Embraer.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

O Brasil educando o Brasil



Está cada dia mais claro que o que muda o conhecimento do conjunto da população de um país é seu avanço na escolaridade, principalmente quando o(a) filho(a) consegue ultrapassar o grau máximo de escolaridade que os seus pais tiveram durante o seu período escolar regular.  Colocar o professor como um substituto e parceiro dos pais na escola, é dar carta branca para que eles possam transmitir conhecimentos técnicos e de vida.  Somado à educação dada pelos pais aos seus filhos em casa é algo que coloca os pais num estado de orgulho ímpar, com a sensação de dever cumprido.

A tarefa do professor é de divulgar conhecimentos disponíveis há décadas, de maneira que seja atraente para o aluno absorver estes conhecimentos, ao ponto de buscar ou pesquisar maiores informações sobre cada assunto divulgado.  Isto tem de ser estimulado em todas as disciplinas.  Isto só atinge o auge quando o aluno consegue fazer observações, fazer analogias, chegar ao ponto de fazer interrogações entre as disciplinas abordadas em sala de aula com o seu dia-a-dia, seja no convívio familiar, no trânsito casa e escola, no trânsito casa e local de lazer, nos finais de semana, dentre outras vivências de vida.

Mas, a atratividade, o encantamento, do aluno pela escola, começa cada dia quando ele já recebe o café da manhã, realiza o entrosamento entre seus colegas, se dirige a sua sala de aula e retorna para casa com uma sensação de que valeu a pena ter ido à escola cada dia.

Para tal, em cada escola deve existir uma biblioteca com acervo e ambiente capazes de manter os alunos atraídos em frequentá-la constantemente, um laboratório de informática com banda larga para tornar mais prático, lógico e atraente, todo o processo de ensino e aprendizagem, uma merenda de qualidade e quantidade suficiente para nutrir os alunos e que seja capaz de manter os mesmos atentos às explicações dos professores e monitores na sala de aula, além de uma quadra de esportes com todo o acervo de acessórios, em bom estado de conservação, necessários à prática da educação física, como bolas, redes, traves, para cada esporte, além de balança para pesagem com medição de altura dos alunos. 

Nas aulas, todos os professores devem enfatizar que a biblioteca está sempre disponível para os alunos, para pegarem os mesmos emprestados, ler os mesmos cuidadosamente nos finais de semana e feriados e, em seguida, devolvê-los a escola no mesmo estado de conservação em que os pegaram emprestado.  É que os livros que lá estão não foram feitos para dormir na biblioteca.  Devem ser emprestados aos alunos para que os mesmos adquiram o hábito de ler e de se atualizarem.

O hábito de estudar em casa, objetivando entender a matéria dada pelo professor na sala de aula bem como aprofundar os conhecimentos existentes, lendo e relendo toda a parte teórica até o entendimento completo da teoria, para em seguida, começar a fazer os exercícios em ordem disposta no livro, pois em sua maioria, os primeiros são os mais fáceis, seguidos dos mais difíceis e finalmente, os exercícios classificados como desafios.

Um grande erro da família, ainda hoje praticado em pleno décimo sexto ano do século vinte e um, é achar que a educação é tarefa exclusiva da escola.  A família deve ajudar e incentivar os filhos-alunos na resolução dos exercícios, seja no mínimo, fazendo silêncio dentro de casa.  Os filhos-alunos, são filhos dentro de casa mas na escola são alunos.

É importante salientar e lembrar aos pais, que tem seus filhos matriculados na escola pública, que eles terão ao final do ano letivo, que devolver os livros às escolas.  Daí outra necessidade de se recorrer aos livros da biblioteca para também tirar dúvidas sobre matérias lecionadas pelo professor em anos anteriores.  O incentivo também vem da necessidade de montar o quarto dos filhos com as paredes pintadas de branco ou bege ajuda a clarear os livros e cadernos, utilizando lâmpadas fluorescentes de 20W ou led com iluminação equivalente.  Fazer leituras em ambientes mal iluminados resulta sempre em vontade de dormir, ardência nos olhos ou sonolência.

Além da iluminação, deve se comprar para os quartos dos filhos uma mesa e cadeira para os estudos, porque utilizar a cama para tal tarefa provoca dores musculares e outros desconfortos, fazendo com que o filho perca a vontade de estudar.  A aquisição dos móveis mencionados, é muito mais barato do que uma TV ou um celular sofisticado.  Um computador com internet para ajudar os filhos estudarem e fazer pesquisas, é também um investimento indicado.

Som alto ou gritarias em casa, tiram a concentração das crianças aos estudos, não permitindo que elas revejam as matérias das salas de aula.

As visitas escolares aos museus, exposições diversas, nas empresas, devem ser sempre incentivadas pela família, pois as crianças possivelmente verão na prática, muitas teorias abordadas em salas de aula.  Algumas destas visitas, os alunos não terão mais oportunidades de fazê-las outra vez na vida, até pela dificuldade da empresa ou entidade anfitriã em abrir suas portas para visitas.  Os pais não devem fazer julgamento precoce se determinada visita é importante para o filho-aluno ou não.  Se determinado local a ser visitado pelos alunos foi definido pela escola, provavelmente foi fruto de uma pesquisa preliminar e não por acaso.
Mesmo que os pais já tenham levado os filhos ao local a ser visitado, lembrem-se sempre senhores pais, que os seus filhos-alunos irão fazer uma visita monitorada pelos professores, as quais serão comentadas pelos alunos e professores na aula seguinte a da visita, numa riqueza de detalhes muito maior que vocês pais o fizeram em casa.

Nos finais de semana ou nas férias, a família deve passear como os filhos em parques, museus, zoológicos, exposições itinerantes na sua cidade ou em cidades próximas, para que as crianças conheçam ao vivo, os tipos de árvores, animais a importância da arte e dos artistas, conhecer também um aeroporto durante o dia, pois as crianças ouvem o barulho e veem cruzar no céu os aviões, mas não sabem como os passageiros embarcam e desembarcam destes aviões.  Lá as crianças aprendem como é abastecido ou colocado o combustível dos aviões, o querosene de aviação, aprendem com são levados os alimentos para os passageiros, como os aviões são empurrados de ré, com a ajuda de um trator, semelhante a um trator agrícola, além de ver e ouvir como os aviões pousam ou aterrizam (chegam no chão) e como decolam (voltam a voar).


Otimização da educação escola-aluno-família 

Na minha opinião, é urgente que cada escola pública para funcionar deve ter, além de um pedagogo ou uma pedagoga para auxiliar os professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem, deve ter também um  assistente social ou uma assistente social para auxiliar no diálogo entre o aluno, a sua escola e sua família, fazendo reuniões como os pais dos alunos nas escolas afim de orientá-los no relacionamento entre mãe e (ou) pai com os filhos-alunos dentro de casa, para que o filho consiga absorver o máximo do conteúdo ensinado na escola e também consiga ampliar este conhecimento.



De avós para pais e de pais para filhos

Orientar exaustivamente, e com uso intenso de analogias, para que os pais tomem as atitudes básicas corretas diante dos seus filhos dentro de casa, para assim evitar que os pais não tomem exatamente as mesmas atitudes que os pais deles, ou seja os avós dos alunos, tomaram durante a criação dos mesmos, o que resultou em adultos com baixa escolaridade.  Através de mudança das atitudes durante cada dia de retorno dos alunos em casa, os alunos tenderão a se sentirem seguros no seu dia a dia de crescimento, devido a uma sintonia fina nos diálogos da escola e do seu lar.

Os assistentes sociais são profissionais necessários durante o ensino fundamental, para que a relação família, escola e filhos-alunos seja construída gradativamente e com taxa de sucesso elevada.  Se fizermos isto durante esta grande fase escolar com duração de quase uma década, está garantido o sucesso destes alunos após concluir o ensino fundamental.

É importante frisar que os alunos de hoje estão sendo escolarizados para enfrentar um futuro muito mais competitivo que os pais deles estão enfrentando hoje.  Logo, a mudança das atitudes dos pais com os filhos é extremamente necessária para garantir que os filhos sejam melhor escolarizados do que os seus pais o foram.


Podemos extrair uma importante lição da frase dita pelo célebre Albert Einstein:

" Insanidade é continuar a fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes"

Este auxílio do profissional do serviço social, chamado de assistente social, aos pais dos alunos é fundamental e determinante para que melhore o desempenho dos alunos, fazendo com que aumente a quantidade de conteúdo retido na mente dos alunos, fazendo com que eles não desistam de estudar, chegando no mínimo a concluir um curso técnico, aumentando a quantidade de mão-de-obra com qualificação técnica no Brasil, aumentando a massa salarial brasileira, além de promover uma verdadeira ascensão social das famílias brasileiras, que significa filhos com escolarização superior à escolarização dos seus pais.   

O custo de um assistente social é muito menor que o custo do juiz e equipe de uma vara da infância e da juventude para julgar o aluno delinquente, ou seja, o menor em conflito com a lei.  Não se pode lembrar somente do salário dos juízes que compõem a vara, mas os seus locais de trabalho com ar condicionado, seus carros funcionais com ar condicionados, seus motoristas, seus funcionários concursados com salários elevados, computadores, a manutenção de centros de ressocialização dos menores, bem como seus veículos.

Já uma assistente social em uma escola demanda apenas uma mesa, uma cadeira e um computador, podendo sua sala de trabalho ser a mesma da pedagoga, até para afinar ações, comunicações, marcação de reuniões, análise de cada família de aluno envolvida com a escola.  Enfim, uma importantíssima sala para se ajudar a construir famílias com afinidade com a escola, evitando assim que, no futuro se tenha alunos em conflito com ele mesmo, com sua família, com sua escola e, por fim, com a lei.

Segundo pesquisa do Centro Latino-Americano de Estudos da Violência e Saúde (Claves) da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), nos EUA cada US$ 1.00 investido na prevenção de um aluno adolescente em risco social evita-se gastar US$ 14.00 para recuperá-lo.
Outro dado importante vem da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Sócio-educativas de Minas Gerais(Suase), segundo a qual cada aluno adolescente custa 21 vezes do que com o aluno adolescente numa escola estadual.

O que deve ser discutido entre pais e assistente social da escola:
  • o tipo e a quantidade de alimento mais adequado pra que os alunos comam para conseguir aumentar a quantidade de matéria absorvida na sala de aula;
  • os tipos de esportes e os instrumentos musicais para que os alunos pratiquem para colaborar com o aumento da quantidade de matéria absorvida;
  • os cursos complementares que os pais devem matricular seus filhos, para melhorar seu desempenho nas matérias como inglês, espanhol, natação;
  • ajudar os filhos-alunos a descobrir suas vocações profissionais;
  • a importância da escovação diária dos dentes, ao menos 3 vezes ao dia, enfatizando que os gastos financeiros com dentistas será muito maior do que com fio dental, escova e creme dental, aliás itens a serem fornecidos pelas prefeituras e ensinados na escola, provocando uma baita redução de custo nas idas ao dentista;
  • a importância da limpeza da casa com como dos arredores da mesma como quintal e calçada para evitar insetos, roedores, dentre outros;
  • a orientação feita aos pais para que os mesmos voltem a estudar, despertando também neles as vocações profissionais que ficaram abandonadas no passado, ou as novas, fruto da experiência de vida;
  • a orientação feita aos pais para evitar o uso de bebidas alcoólicas, bem como drogas, auxiliando caso a  caso aqueles forem usuários, evitando assim que os filhos sigam o mesmo caminho;
  • o apoio a estas famílias, como fornecimento de cestas básicas, por exemplo, às famílias necessitadas, mais conhecidas como famílias em risco social, evitando que os filhos tenham que trabalhar na rua lavando carro, ou como pedintes, para ajudar suas famílias;
  • outras orientações como as de cunho religioso, por exemplo.
Comparo sempre a educação dos filhos com:

"Um dever de casa que se faz de caneta.  A medida que o dever evolui temos cada vez menores chances de apagar e consertar o que está feito.  As partes corretas são festejadas, já as partes erradas lamentadas".
  O mesmo acontece com a educação de um filho.  Na maioria das vezes, não dá para voltar no tempo para reeducar os filhos.  E o pior, os pais negam as más condutas dos filhos sempre, como temos ouvido e assistido nos programas policiais.

Durante o ensino fundamental, cabe uma orientação ao aluno, principalmente na série final, sobre o ensino médio, suas pretensões profissionais, em função da atratividade maior entre as disciplinas estudadas.  As facilidades de se cursar um curso técnico gratuito junto com o ensino médio no Brasil, foi ampliada com a ampliação da construção pulverizada pelo interior brasileiro dos Institutos Federais, nos últimos anos.


Ensino Médio + Curso Técnico

Atualmente, existe uma vasta rede de Institutos Federais, que possuem experiência centenária, ou seja, com mais de 100 anos de existência.  Cursos atualizados, de qualidade e gratuitos, mas com ingresso feito através de seleção.  Possuem  unidades distribuídas pelo interior de todos os estados de todo o território brasileiro, que oferecem cursos técnicos em diversas áreas do saber, alguns deles relacionados abaixo:

Administração, Agroindústria, Agropecuária, Automação Industrial, Alimentos, Edificações, Eletromecânica, Enfermagem, Estradas, Geoprocessamento, Informática, Logística, Mecânica, Metalurgia, Portos, Química, Segurança do Trabalho, Zootecnia.


Ensino Superior

Os Institutos Federais também já oferecem cursos de nível superior, o que se torna bastante atrativo para os alunos que já estão cursando curso técnico em uma unidade da instituição.

As Universidades Federais também oferecem cursos de nível superior, embora suas unidades físicas estão em sua maioria,; concentradas nos grandes centros brasileiros.  A gama de cursos é maior nestas instituições, pois oferecem cursos em diversos universos do saber.


Cursos de nível superior

Ciências agrárias - Agronomia, Engenharia Industrial Madeireira, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Zootecnia.

Ciências biomédicas - Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição, Terapia Ocupacional.

Ciências das artes - Arquitetura e Urbanismo, Artes Plásticas, Artes Visuais, Desenho Industrial, Jornalismo, Música, Publicidade e Propaganda. 

Ciências econômicas - Administração, Arquivologia, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Economia, Serviço Social.

Ciências da Educação - Educação do Campo, Pedagogia.

Ciências da Educação Física e Desportos - Educação Física.

Ciências Exatas - Estatística, Física, Matemática, Química.

Ciências jurídicas - Direito. 

Ciências tecnológicas - Ciência da Computação, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia da Produção, Engenharia de Minas, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Geologia.


Cursos através de Ensino a distância (EAD)

Cabe lembrar que existem cursos técnicos e de nível superior já são oferecidos a distância, ou seja, boa parte dos estudos dos alunos e as dúvidas tiradas com o professor realizadas em casa, através do computador com internet.  Cursos ao alcance inclusive dos alunos moradores da zona rural, cujas moradias já contam com energia elétrica e celular e por conseguinte, com internet.  Vistos inicialmente com muita desconfiança por educadores e alunos, a qualidade destes cursos conta atualmente com comprovação dos profissionais de alto nível, que estes cursos têm formado.


Conclusão

Ou seja, atualmente só não estuda quem não quer, pois até um passado recente, conhecimento só se adquiria em bibliotecas, livrarias e em bancas de jornais e revistas, estabelecimentos estes que só existiam nos centros das grandes cidades.  Hoje, através da internet, um volume muito maior de conhecimento, sempre atualizado, está disponível para qualquer um brasileiro, 24 horas por dia, em qualquer rincão deste imenso Brasil.  Não temos mais desculpa algumas para permanecermos sem conhecimento.

É importante mencionar que  4,6% do conteúdo da internet está em português e 28,6% estão em inglês.  Valores obtidos em: pt.wikipedia.org/wiki/Internet 

Bons estudos para todos nós brasileiros!



domingo, 7 de junho de 2015

O Brasil exportando o Brasil 


Precisamos recolocar o Brasil na rota das exportações de produtos industriais semi-acabados e acabados.  Para tal, o Brasil terá que que investir em logística de modo que os seus produtos de exportação preço competitivo para a exportação.

Um fato curioso de repetição constante e, pela maioria dos meios de comunicação, é o fato de quando o assunto é Indústria Nacional, os entrevistados são os dirigentes da Fiesp, Federação Industrial do Estado de São Paulo e não da CNI, que é a Confederação Nacional da Indústria.  Por que isto ocorre?  Já quando o assunto é agricultura os entrevistados são os dirigentes da CNA, Confederação Nacional da Agricultura, que é o correto.

As reclamações dos dirigentes paulistas se referem sempre a um tal sucateamento de suas indústrias, da falta de crédito, salários elevados, dentre outras.  O que realmente ocorre hoje é que São Paulo junto com o seu Porto de Santos estão localizados fora do eixo de localização da maioria maciça do PIB mundial.   Logo, os navios gigantescos de conteineres não virão ao Porto de Santos carregando mercadorias da Ásia ou da Europa para movimentar conteineres em Santos.  Atualmente 90% do PIB do mundo é produzido em países localizados no hemisfério norte e é para próximo desta região que deveremos convergir nossa logística de exportação.

A região do Brasil mais próxima do hemisfério norte, compreende o trecho entre o Porto de Belém (PA) até o Porto de Natal (RN).  Construir um porto hub (concentrador de grandes navios de longo curso) num dos portos existentes nesta região é a única saída para competirmos com a Ásia.  Observando-se que a Ferrovia Norte Sul tem traçado concluído desde Anápolis (GO) até o Porto do Itaqui (MA), é sensato concluir que um porto hub terá que ser construído na região do Itaqui. 

Os maiores navios de conteineres do mundo apresentam custo unitário menor no transporte de cada conteiner.  Eles são capazes de transportar dentre 12.000 e 18.000 conteineres e, em sua maioria, fazem atualmente o trajeto entre os dois maiores portos do mundo: Cingapura na Ásia e Rotterdam na Europa, via Mar Mediterrâneo atravessando o Canal de Suez e o Golfo Pérsico.  O Golfo Pérsico é uma região historicamente cheia de conflitos entre países como a Guerra do Golfo em 1991, bem como possui um  tráfego intenso de petroleiros.  Na saída do Golfo Pérsico, temos uma região também de intensa pirataria, no mar da Somália.  Tudo isto de traduz em valores elevados de seguros, tanto dos navios quanto das cargas transportadas.nos seus conteineres.

Mas, uma obra em curso, ou seja, a ampliação do Canal do Panamá, prevista para ser inaugurada em abril de 2016, mudará o trajeto destas áreas conturbadas, ou seja, os navios desatracarão do Porto de Cingapura, irão cruzar o Oceano Pacífico, atravessarão o Canal do Panamá, e já no Oceano Atlântico Norte, se deslocarão até o Porto de Rotterdam e vice-versa.  A ampliação do Canal do Panamá permitirá a travessia de navios porta conteineres de até 14.000 teus.
O Brasil precisa de tirar proveito desta nova rota, investindo num Porto hub com 4 porteiners no mínimo, a fim de receber, inicialmente, ao menos um destes gigantescos navios para exportar seus produtos industriais, os quais após produzidos no Sul e no Sudeste do Brasil principalmente, serão transportados por ferrovia ou por navegação feeder, que consiste no transporte marítimo de produtos a embarcados em portos menores e transportados até o porto hub.  Este tipo de navegação só pode ser realizadas por empresas brasileiras de navegação de cabotagem.  Atualmente, existem apenas 3 empresas, em pleno funcionamento, que percorrem todos os portos brasileiros desde Manaus até o porto do Rio Grande, fazendo cabotagem.  São elas: Aliança Navegação, Log-in Logística Intermodal S.A. bem como a Mercosul Line.  Precisamos aumentar a quantidade de empresas de cabotagem para que o frete seja competitivo.  Cabotagem é o transporte marítimo de cargas de quaisquer, realizado apenas entre os portos de um mesmo país.  O nome cabotagem é uma homenagem ano navegador Italiano Sebastião Caboto, que foi o introdutor desta forma de navegação no munido.

É claro que boa parte destas indústrias situadas no Sudeste e Sul do Brasil, com o passar do tempo, montarão filiais no Nordeste para lá industrializarem seus produtos a serem exportados devido não só a redução do preço do frete bem como redução nos custos de produção como terreno, energia, mão-de-obra, a presença de Institutos Federais por todo o interior do Brasil, que é vital para a formação de técnicos industriais é outro atrativo importantíssimo para se instalar indústrias fora das regiões tradicionais no Brasil.  É importante frisar que tanto a Ferrovia Norte Sul e as empresas de cabotagem já estão em pleno funcionamento, restando ao Brasil investir, urgentemente num porto hub, que é fundamental para aumentar drasticamente a competitividade do Brasil no exterior.

Caso não acordarmos para esta atual realidade, reservaremos as regiões Sudeste e Sul, uma recordação na história de um país que um dia teve uma pujança industrial.  É importante ressaltar que só temos uma indústria no Brasil que não precisa de porto para realizar suas exportações.  Trata-se da Embraer S.A., localizada em São Paulo, embora ela necessite de portos para realizar a importação de componentes para os seus aviões.  Todo o restante  do parque industrial brasileiro necessita de porto para realizar suas exportações.    

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Inovação, pesquisa e desenvolvimento no Brasil! O que melhorar?

  Investir em pesquisa e desenvolvimento são quesitos necessários numa empresa para inovação de produtos e serviços.  Baseados neste foco pode-se tanto criar um novo produto quanto criar versões de um produto já existente visando, por exemplo, um público diferente.  
  O Brasil possui hoje alguns casos em que a inovação, com muita pesquisa e desenvolvimento (mais conhecido como P&D) deram resultados fantásticos, resultando em vendas no mundo inteiro: a Embraer e a Havaianas, por exemplo.  Uma fabricante de aviões e a outra fabricantes de sandálias de borracha.  Um outro caso resultou na diversificação de versões de um produto e o sucesso de vendas no Mercosul, que é um caso de um utilitário fabricado pela Agrale.

Indústria aeronáutica Embraer

  A Embraer - originalmente Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A., hoje Embraer S.A., foi criada em 19 agosto de 1969 para fabricar o EMB110 Bandeirante,  É uma indústria com 45 anos de existência, completados no último dia 19 de agosto de 2014.  A foto abaixo mostra o maior avião que a Embraer fabricou enquanto estatal.  Trata-se do EMB120 Brasília, um bimotor turbohélice com capacidade para 30 passageiros.


www.centrohistoricoembraer.com.br


  No ano de 1994 foi privatizada, possuía 4500 funcionários, felizmente não deixou de ser brasileira, já que o consórcio que a adquiriu, possuia, em sua maioria, acionistas brasileiros.
  Mas o respeito que o mundo tem por esta nossa indústria está também ligado a um modelo considerado um dos maiores treinadores de pilotos da aviação militar.  É o EMB312 Tucano, presente na foto a seguir.  
www.embraer.com.br

  
  A Embraer está hoje posicionada como a terceira maior fabricante de aviões do mundo.
  E os céticos perguntam? Só existem 3 fabricantes de aviões no mundo? A resposta é um sonoro não.  A quarta colocada é a canadense Bombardier.  Temos ainda a russa Tupolev, a sueca Saab, a nipônica Mitsubishi, dentre outras.  A primeira colocada é a norte-americana Boeing e a segunda a europeia Airbus.
  A inovação da indústria em enveredar no mercados de aviões a jato, até então não explorados por ela, pois só fabricava turbohélices.  A pesquisa de mercados e produtos, no pós-privatização, resultaram na descoberta de nichos de mercado, fizeram com que se transformasse em sucesso de vendas a fabricação de modelos de aviões regionais a jato lançados.  O desenvolvimento dos produtos junto com os parceiros fornecedores de componentes, como: trens de pouso, painel de comandos, turbinas, operadores de linhas aéreas, dentre outros, ajudaram na operacionalidade, conforto, segurança, economia de combustível, dentre outros itens, dos modelos lançados.  Um dos nichos descobertos tinham capacidade entre 37 a 50 passageiros.  Foram então lançados o ERJ135, ERJ140 e ERJ145.  A partir destes modelos foram criadas diversas versões executivas denominadas de Legacy. 

  Na foto abaixo temos um ERJ145 nas cores da Alitalia.


www.modelutions.de


  O outro nicho foi o de variação de 70 a 110 passageiros.  Sucesso também com a família de modelos EMBRAER 170, EMBRAER175, EMBRAER190 e EMBRAER 195.  Estes modelos já foram comprados por clientes de mais de 30 países.  O EMBRAER195 tem versão para 118 passageiros.
  Uma versão executiva derivada do EMBRAER190, rebatizada de Lineage 1000 foi bem recebida pelos clientes e é largamente vendida.  
  Segundo o seu último balanço, datado de 30 de junho de 2014, o seu quadro totalizava 19.116 funcionários.    
  
  Na foto abaixo, um EMBRAER195 nas cores da companhia aérea alemã Lufthansa.

www.planespotters.net




As 2 fotos seguintes mostram uma visão geral do Lineage 1000 e uma das versões do seu interior. 


www.airliners.net


http://www.l-lint.com


 Muitos brasileiros ainda desconhecem a Embraer.  Uma das razões é que cerca de 10% de seu faturamento anual, ou seja, de tudo que a Embraer leva o ano inteiro para vender, cerca de 10% são vendidos à empresas brasileiras.  Os restantes 90% são exportados.  Muitos dizem também: avião é tudo igual, desde o nariz frontal, as 2 asas, 2 ou 4 turbinas e com o corpo cheio de janelas.  Outros dizem: pensei que eram todos Boeing, que ainda é a marca conhecida no Brasil.  E, por último, alguns brasileiros só reconhecem a Embraer quando há um acidente com um avião Bandeirante.  Aí é batata, ou seja, ninguém erra.

Há quem ainda a confunda com a estatal Infraero.  Temos uma semelhança entre ambas, Embraer e Infraero, possuem mesma área de atuação: avião.

  Mas já está na hora de nós brasileiros descolarmos desta realidade, pois todos os aviões a jato, ou com turbinas, que as companhias aéreas brasileiras Azul e Trip possuem são da Embraer.  Mas o sucesso de seus novos produtos conquistaram os clientes mais exigentes do mundo como a alemã Lufthansa, a suíça Swiss, a italiana Alitália, a canadense Air Canada, as americanas American Airlines e Continental Airlines, dentre tantas outras operadoras de linhas aéreas mundo afora.

  O próximo projeto inovador no mundo será o concorrente do avião norte americano Hércules C-130, até então único em seu segmento.  Um quadrimotor para transporte de veículos e tropas.
  A foto abaixo mostra um Hércules C-130 em pleno vôo.


www.avsim.com


  A brasileira Embraer projeta o KC-390, o qual já acumula uma lista de países interessados em substituir seus norte-americanos Hércules C-130.  Trata-se de um avião de 2 turbinas, que pode pousar e decolar em pistas mais curtas que as do C-130.  Será criado para transportar veículos e tropas bem como fazer o reabastecimento de outras aeronaves em pleno vôo.
  A imagem abaixo é um desenho virtual, uma vez que o primeiro vôo está previsto para o ano de 2015.

www.aereo.jor.br


Sandálias Havaianas


  A inovação que a empresa São Paulo Alpargatas, que é dona das fábricas da Havaianas, produziu foi basicamente decorar melhor os seu produtos e via esta identificação de praia, sol e férias que os brasileiros já são conhecidos no exterior, colocar nos desfiles de modas nos pés da modelo também brasileira Gisele Bündchen e de Naomi Campbell um par de sandálias Havaianas.  O mundo inteiro comprou a ideia e um dos resultados obtidos foi que um par de sandálias de borracha que custaria no Brasil a preços deste ano de 2014, R$ 5,00 vale hoje R$ 40,00, após ter inovado o produto com pesquisa e desenvolvimento.  Ou seja, 8 vezes mais.  Sem contar que o volume de produção aumentou pois a empresa passou a atender quase o mundo todo com inúmeros pares de sandálias com cores e detalhes diferentes.  Ou seja, aconteceu tudo de bom que qualquer empresa deseja: aumento do preço de venda e da quantidade vendida. 
  A foto abaixo mostra o modelo único vendido antes da pesquisa e desenvolvimento, nas cores azul, preta e verde, basicamente.    
www.calcados.com


O que temos de comum em ambas é que possuem produtos de alto valor agregado, que precisou e precisa de investimentos constantes em pesquisa de novos mercados e produtos, tecnologia, ou seja, cérebros, capazes de continuarem inovando.  Produtos de alto valor agregados são aqueles que já saem da fábrica pronto para o uso, sem necessitar de nenhuma etapa de industrialização.  Produtos que levam em suas etiquetas a seguinte expressão: Made in Brasil.  Ou fabricado no Brasil.  O que não acontece em cada caroço de soja, café ou grão de minério de ferro, por exemplo, que são itens de exportação de baixíssimo valor agregado.
  Na foto abaixo uma amostra de alguns modelos atualmente vendidos.  


www.mundodasdicas.com

O que prova a todos nós brasileiros é que investindo em pesquisa e desenvolvimento o resultado aparece.  As indústrias brasileiras precisam acreditar mais nos seus produtos, visualizar o público alvo e pronto.


Utilitários Agrale Marruá

  Outro exemplo é do veículo utilitário Agrale Marruá, sobrevivente do Engesa 4, um utilitário fabricado pela indústria bélica Engesa - Engenheiros Especializados S.A., fabricante dos blindados Urutu e Cascavel.  A Engesa teve sua falência decretada com o fim da guerra fria ente os EUA e Rússia, na época União Soviética, pois não tinha mais uma venda contínua dos seus blindados.
  O Engesa 4, foi um utilitário criado para ser também vendido na versão civil.  Fabricado com carroceria em aço, possuía tração integral, ou seja, nas 4 rodas e um motor a gasolina do Opala de 4 cilindros.  Com a falência da Engesa um grupo de ex-funcionários recebeu como parte da indenização o projeto do Engesa 4.
  Abaixo a ficha técnica do Engesa 4. 


caminhaoantigobrasil.com.br


  Eles venderam o projeto para a Agrale, que também comprou o ferramental, rebatizou o utilitário de Agrale Marruá, tipo de touro forte encontrado no pantanal, atualizou com um motor MWM a diesel e fabricou algumas unidades, entregando-as para as nossas Forças Armadas testarem nas condições mais severas.  Após alguns ajustes, no ano de 2007 ele foi homologado para ser viatura das Forças Armadas brasileiras.  Daí as encomendas apareceram às centenas, e o que vemos hoje é uma vasta aplicação dos mesmos nas Forças Armadas, em diversas unidades estaduais do Corpo de Bombeiros e nas unidades da Defesa Civil, da maioria dos estados brasileiros.
  Várias versões foram e estão sendo criadas para as mais diversas aplicações, tanto civil quanto militar.  São fabricados com chapas de aço e somente com tração nas quatro rodas, ou 4x4.

  Na foto abaixo, unidades militares na fábrica prontas para serem entregues.  


Foto: Depto. Marketing da Agrale

 Na foto abaixo algumas de suas versões militares do Agrale Marruá, inclusive o AM 41, o maior de todos, capaz de transportar 2.500 Kg.


www.folhamilitar.com.br


Na foto abaixo um modelo Agrale Marruá AM300CC para Bombeiros com duplo rodado traseiro. 
www.agrale.com.br



Sua venda ao público civil também está liberada, mas a sua linha de montagem tem estado ocupada com unidades militares.

Expedição Agrale Marruá

  Como parte dos testes e divulgação deste "puro sangue brasileiro", o utilitário Agrale Marruá, foi realizada no ano de 2006 a Expedição Agrale Marruá, um verdadeiro teste de campo, onde 10 unidades atravessaram regiões pantanosas, trilhas que não deviam ser chamadas de estradas, dentre outros testes severos.  O trecho se iniciou em Caxias do Sul RS, município sede da Agrale até o Mato Grosso.   O vídeo a seguir mostra a verdadeira aventura, a que foram submetidos os valentes utilitários. 
www.youtube.com

  Várias versões foram criadas e fabricadas pela Agrale dentre elas: cabine simples, cabine simples com carroceria de aço, ambulância, cabine dupla, com rodado duplo traseiro, transporte de trabalhadores na mineração, dentre outras.
  A foto abaixo mostram algumas versões e cores para uso civil.
kombiecia.blogspot.com.br

  O sucesso deste produto se deve também ao fato de de ser o único robusto, despojado de luxo e com tração nas 4 rodas e agora a diesel, depois do vazio deixado pelo Toyota Bandeirante, embora não tenha ainda ocupado o nicho do meio rural. (www.agrale.com.br)

  Esta é uma pequena amostra de exemplos capazes de provar que, quando resolvemos investir em pesquisa e desenvolvimento, os produtos, seus resultados e a inovação aparecem.
  Tais iniciativas são dignas de orgulho de sermos brasileiros e leva a nos conscientizar que nem só da produção e exportação de commodities sobrevive o Brasil, mas também da agregação de valor aos seus produtos, aliados a uma boa dose de marketing.
  
  O que nos torna tímidos em pesquisa e desenvolvimento é o percentual do PIB brasileiro investido anualmente em P&D que ainda gira em torno de 1,3%.  Ao passo que os países de primeiro mundo investem entre 2,5 a 4.3%. (www.exame.com.br)       

domingo, 21 de setembro de 2014

Custo São Paulo e Sul x Custo Nordeste do Brasil


  Há muito se tem propalado a respeito dos números da produção industrial brasileira e de sua capacidade de exportação cada vez menores.  

  O Brasil já consolidou sua capacidade de escoar, através do Porto de Santos, cargas conteinerizadas de cabotagem, de exportação e importação, com os terminais da Embraport e do BTP, terminais novinhos de alta produtividade, inaugurados em 2013.   Eles se juntaram aos terminais Santos Brasil e o da Libra Terminais, também de alta produtividade.  O mesmo se observa quando a carga é do tipo granel sólido, como açúcar, soja, farelo de soja ou milho.
  Esta é uma solução consolidada para atender principalmente ao Mercosul e aos navios que possuem rota pelo sul do continente africano.

Problemas enfrentados por São Paulo e pelo Sul do Brasil

  Os problemas que São Paulo enfrenta diariamente, não são os mesmos mas, são capazes de parar a cidade e parte do estado quase todos os dias úteis do ano inteiro.  No verão são as chuvas torrenciais, com alta capacidade de transbordar rios e alagar ruas, avenidas e rodovias e quase sempre nos fins de tarde com reflexos nos dias seguintes.  No inverno são os nevoeiros sempre no início do dia.  Tais fenômenos naturais, tem um poder de parar a cidade além de causar engarrafamentos e engavetamentos.  Somados a estes problemas existe a baixa qualidade do ar, a insuficiência do transporte público, tanto de ônibus, trens e metrôs, causadores de estresse nos trabalhadores.  
  Estes problemas estão parando São Paulo, que foi responsável por produzir cerca de 32,6% do PIB brasileiro, fica parado também o Sul do Brasil, que produziu 16,3% do PIB brasileiro, no ano de 2011. (Fonte: www.faemg.org.br)
 O Sul do Brasil é também é afetado pois tem que enviar suas cargas rodoviárias e ferroviárias para o restante do Brasil, passando por São Paulo.  Ou seja, fica prejudicada diariamente, toda uma região responsável por cerca de 50% do PIB brasileiro.

  Não se está aqui defendendo a migração da indústria de São Paulo para a região Nordeste e sim uma análise para possível transferência de algumas unidades industriais ou galpões de armazenagem para o Nordeste ou o envio das mercadorias de exportação para o Nordeste, causando um alívio geral em São Paulo e no Sul do Brasil.  Claro que as grandes universidades e a matriz destas empresas, a parte estratégica das mesmas, ficarão em São Paulo.  Hoje, com a facilidade de comunicação, dentre elas a videoconferência, se consegue manter o controle de tudo à distância.

Onde está a saída?

  O país precisa, urgentemente, de oferecer uma opção para os navios que transitam pelo Canal do Panamá e pelo futuro Canal da Nicarágua, transportando cargas entre a Ásia e a Europa de atracarem no Brasil.  Por carregarem uma grande quantidade de conteineres, o fazem a um custo unitário reduzido, e é nesses navios que o Brasil precisa de colocar seus produtos industrializados rumo a Ásia e rumo a Europa, elevando nossa Balança Comercial.  
  Estes navios não virão ao Porto de Santos em busca de 3.000 teus, por exemplo, pois terão que navegar cerca de 3.000 km para ir e 3.000 km para voltar de Santos trazendo consigo, outros 10.000 teus que não serão operados no Brasil.  É um custo pesado, que inviabiliza tal procedimento.  A saída é um terminal de conteineres no Nordeste brasileiro, local de envio dos 3.000 teus mencionados para serem embarcados.  Com esta saída, o navio atracará com baixo custo, sem afetar sua rota principal.
  Para os granéis sólidos, como soja, farelo de soja e milho, uma solução de grandes dimensões está nas vésperas de ser inaugurada.  Trata-se do Tegram, no Porto do Itaqui MA.

É no hemisfério norte que 75% do PIB mundial é produzido!

E por que um terminal de conteineres de grande porte para a exportação das cargas industrializadas brasileiras no Nordeste?  Uma grande parcela do PIB mundial é produzido no hemisfério norte.  E é lá no Nordeste que os navios do hemisfério norte têm que atracar.  Logo, as cargas produzidas no Sudeste do Brasil terão que serem enviadas para lá.  Mas para qual terminal.  Por enquanto nenhum.  

Ferrovia Norte Sul - FNS e a navegação de cabotagem

A construção da Ferrovia Norte Sul parece ser um farol alto no fim do túnel.  Concebida como EF-151, foi pensada há 23 anos para ser a espinha dorsal brasileira, capaz de capturar e distribuir cargas por toda a região central do Norte ao Sul do Brasil, utilizando como porto no sentido norte o Porto do Itaqui MA e no sentido sul, o Porto do Rio Grande RS.  O primeiro trecho de 513 Km foi inaugurado em 1985 e denominado de Estrada de Ferro Carajás EFC, entre Itaqui MA até Açailândia MA.  O segundo trecho entre Açailândia MA e Porto Nacional TO, de 720 Km foi inaugurado em setembro de 2010.  Já o trecho entre Porto Nacional TO até Anápolis GO, de 855 km, foi inaugurado em maio deste ano de 2014.  O trecho seguinte, entre Ouro Verde GO e Estrela d'Oeste SP de 682 km está em obras, cuja conclusão está prevista para o final de 2015.  Abaixo, temos a esquerda toda a extensão prevista da FNS e a direita parte do trecho já concluído. 


Fonte: www.valec.gov.br


  Todo este trecho entre Estrela d'Oeste SP e Porto Nacional TO está previsto para ser operado por vários Operadores Ferroviários Independentes.  Conhecidos como OFIs, são várias empresas ferroviárias transportando cargas num mesmo leito ferroviário. (www.wikipedia.com.br;www.vale.com e www.valec.gov.br)

  Há uma grande expectativa que no trecho a ser licitado para os OFIs, ou seja, entre Estrela d'Oeste e Porto Nacional, o preço do frete seja bastante competitivo devido a concorrência entre os operadores ou empresas ferroviárias.  O trecho Porto Nacional TO até o Itaqui é exclusivo da VALE e operado por ela e pela sua subsidiária VLI, Valor da Logística Integrada. (www.vli-logistica.com)
  Um dos questionamentos dos futuros OFIs é a inexistência de saída para o mar, pois o trecho entre Estrela d'Oeste e Porto Nacional é inteiramente situado no centro do Brasil.  Uma saída para o mar surgirá com a inauguração da FIOL, Ferrovia de Integração Oeste Leste, também prevista para ser operada por OFIs, que ligará Figueirópolis TO até o Porto de Ilhéus BA, tornando este porto bastante atrativo para escoamento de cargas originadas no Centro Oeste brasileiro.  A cidade de Figueirópolis está localizada no trecho entre Estrela d'Oeste e Porto Nacional.

  A grande diferença entre o OFI e a privatização da RFFSA promovida na década de 1990 é que àquela época dividiram a malha ferroviária da RFFSA em 6 trechos e após o leilão, apenas 1 empresa passou a cuidar da sua malha e operá-la, ou seja, trocou-se o monopólio público de 1 grande malha ferroviária, por um monopólio privado de 6 malhas ou trechos menores.  Já os OFIs não são responsáveis por cuidar da malha, apenas todos eles irão transitar na mesma malha, com o responsável por cuidar da malha irá também disciplinar o trânsito dos OFIs, proporcionando dentre outras as seguintes vantagens:
  • criação de uma baita concorrência dos preços de frete;
  • prazos de entrega rigorosamente cumpridos;
  • integridade da carga, pois na ferrovia não existem buracos e quebra-molas;
  • índice de acidentes com e sem vítimas é irrisório comparado ao modal rodoviário;
  • segurança no transporte, com a inexistência de roubos ou saques da carga;
  • apólices de seguros bem mais baratas; e
  • redução de cerca de 70% na emissão de CO2 / tku, quando comparado ao rodoviário.
  Tais vantagens também já existem na cabotagem de conteineres, o que muda é redução de de cerca de 82% / tku no índice de CO2 quando comparado ao modal rodoviário.  (Fonte: www.cdes.gov.br)
    
  A navegação de cabotagem é definida como o transporte de cargas entre portos de um mesmo país, utilizando rios e/ou mar.  Tem este nome em homenagem ao introdutor deste modo de transporte no mundo, o navegante italiano Sebastião Caboto.

 A cabotagem no Brasil tem o seu maior volume no transporte de combustíveis, seguido por granéis sólidos, capitaneados pela bauxita, que é o minério de alumínio.
  Mas é a cabotagem de conteineres, que está em fase de contínua expansão e com preços de fretes bastante competitivos, pois atualmente é operado por 3 empresas de navegação, que juntas operam com 20 navios porta-conteineres percorrendo o longo trecho entre o Porto de Manaus AM até o Porto do Rio Grande RS, num total aproximado de 8.000 km.  São elas: Aliança Navegação (www.alianca.com.br), Log-in Logística Intermodal (www.loginlogistica.com.br) e a Mercosul Line Navegação (www.mercosul-line.com.br)


Fonte: www.portalnaval.com.br


Fonte: www.transportabrasil.com.br


Fonte: www.linkedin.com

  A navegação de cabotagem será uma grande parceira na implantação de portos e indústrias no Nordeste pois ela captará cargas no Norte, Sudeste e Sul do Brasil, transportando-as para o Nordeste onde serão exportadas, bem como transportando as cargas importadas que desembarcarão nos portos do Nordeste brasileiro, distribuindo-as por todo o Brasil.  Operação esta denominada de feeder, que por lei brasileira, só pode ser realizada por empresas de navegação de cabotagem brasileiras.  

A solução com o OFI na Ferrovia Norte Sul junto com a cabotagem já implantada, oferecerão transporte a baixo custo para a região Norte e Nordeste do Brasil.  


Região Nordeste: a esquina para o mundo desenvolvido!

  A ampliação do Canal do Panamá terá como resultado o trânsito constante de navios porta-conteineres de 10.000 a 14.000 teus entre os portos da Europa, como: Rotterdam, Hamburgo, Antuérpia e os Portos da Ásia, como: Singapura, Xangai, Guangzhou, dentre outros, os quais poderão atracar também nos portos do Nordeste brasileiro, desde que preparados para tal, afim de desembarcar ou embarcar conteineres.
  O Brasil não colocará dinheiro nesta ampliação do Canal do Panamá, mas obterá ganhos da sua ampliação desde que construa portos hub no Nordeste capazes de usufruir em termos de redução do Custo Brasil, nos fretes marítimos, da ampliação do Canal do Panamá.  Onde o Brasil teria que colocar dinheiro já colocou que foi a quase concluída Ferrovia Norte Sul.  O que falta é licitar os portos Hub para que a iniciativa privada os construa.

  Considero assim, a Região Nordeste como a esquina brasileira para o mundo desenvolvido, com várias saídas:
  • à esquerda, via Canal do Panamá, Japão, China, Coréias, Índia, Singapura e Taiwan;
  • para cima, toda a costa leste do EUA e Canadá; e
  • à direita, toda a Europa Mediterrânea e norte da África, bem como a Europa Nórdica.   
  Lembrando que a distância marítima entre o Porto do Itaqui e o Porto de Santos é de 3.000Km, o que encarece o vai e vem dos navios ao Porto de Santos e ao portos do Sul do Brasil.

Vantagens competitivas do Nordeste brasileiro

  A região Nordeste brasileira está localizada muito próxima de mais de 75% do PIB mundial, ou seja, está mais próxima dos EUA, do Canadá, da Comunidade Europeia, do Reino Unido, após atravessar o Canal do Panamá está próxima do Japão, Coréia do Sul, China, Índia e Rússia, tornando  o frete um competidor a favor do Brasil.  Todos estes países juntos possuem cerca de 56 % da população mundial.  Para que tenhamos uma ideia destes números, basta comparar com o Brasil que, apesar da sua potente economia, contribuiu apenas com 3,6% para o PIB mundial em 2011. (www.imf.org)  

  A forte presença dos Institutos Federais por todo o interior brasileiro, Nordeste no meio, é um baita facilitador mesmo que os cursos necessários não estejam elencados numa determinada unidade, é extremamente mais fácil solicitar mais curso ao MEC em Brasília, pois a Direção (ou reitoria), o grupo pedagógico, as instalações prediais e laboratoriais ou áreas para ampliações já existem.  Seria muito mais difícil e custoso se tivesse que implantar uma unidade completa de Instituto Federal para uma determinada região.  Os Institutos Federais são capazes de formar mão-de-obra técnica, e de qualidade, em apenas 3 anos.

  É importante destacar que os primeiros Institutos Federais, foram criados a cerca de 105 anos atrás, por um decreto de 23 de setembro de 1909 do então Presidente Nilo Peçanha.  Claro que foram sendo gradativamente adaptados à realidade brasileira.  Põe tradição e respeito nisso.

  O custo de vida no Nordeste é extremamente mais barato do que São Paulo e o Sul do Brasil.  Mais barato tanto no item moradia quanto na alimentação.  
  O Nordeste oferece terrenos mais baratos para as indústrias erguerem seus galpões e os trabalhadores as suas casas.

  O Nordeste está localizado mais próximo da Usina de Belo Monte, com linhão de energia elétrica de menor custo de implantação.

  Maior produtividade da mão-de-obra no Nordeste, pois será maior a qualidade de vida para os trabalhadores e estudantes, pois o tempo de deslocamento casa e trabalho e trabalho casa, bem como casa e escola e escola casa é bem menor, fazendo com que as pessoas possam ter um sono reparador já que acordarão mais tarde, bem como um retorno para casa mais rápido, sobrando um tempo maior para estar presente com a família.

Crescimento do Maranhão

  O estado do Maranhão provavelmente será o que apresentará crescimento acelerado a partir de 2015, pois é a "foz" da Ferrovia Norte Sul,  com início de operação deste longo trecho após definidos os operadores ferroviários independentes - OFI  Espera-se que com a concorrência resultante dos OFI, os preços do frete fiquem bastante atraentes para os donos das cargas, com vários indústrias se instalando no estado do Maranhão, visando usufruir destas e outras vantagens competitivas.
  Caso vingue a construção do ramal ferroviário da FNS entre Açailândia MA e Barcarena PA, o Porto de Belém PA pegará carona no desenvolvimento do Maranhão, pois possuirá a vantagem competitiva que as composições ferroviárias da FNS não invadirão a Estrada de Ferro Carajás EFC, competindo com os trens de minério de ferro da operadora VALE.  A EFC liga Açailândia MA até o Porto do Itaqui MA.    

  A migração gradual das exportações brasileiras já será uma realidade marcante até o final deste ano de 2014, quando se dará a inauguração do Terminal de Grãos do Maranhão, mais conhecido como Tegram, composto de 4 armazéns, na Fase 1, os quais juntos armazenarão 500 mil toneladas e movimentarão de 5 milhões de toneladas por ano e na Fase 2, com operação prevista para 2019, de mais 5 milhões de toneladas por ano, totalizando 10 milhões de toneladas por ano.  Instalado próximo ao Porto do Itaqui e as margens da Ferrovia Norte Sul, cujos grãos de soja e milho serão predominantemente transportados pelos vagões da Ferrovia Norte Sul, tornando-se um exemplo a ser seguido de aumento de produtividade no transporte e de redução do Custo Brasil.
  A agricultura brasileira de grãos saiu na frente com a saída mais sensata de seus produtos pela região Nordeste primeiro que a indústria com seus conteineres.  É um contrassenso pois a indústria sempre teve a sua disposição uma gama muito maior de técnicos e profissionais com curso superior, capazes de pensar saídas para a indústria.  Ao contrário da agricultura.   A foto abaixo, recente, mostra os 4 armazéns da Fase 1 do Tegram próximo de serem concluídos.  O armazém da direita deve entrar em operação em novembro próximo.  Cada um dos demais, nos meses seguintes. 


cardekma-ferreira.blogspot.com.br


  Para o Tegram virão os grãos produzidos na nova fronteira agrícola de 4 estados denominados de MATOPIBA, sendo MA de Maranhão, TO de Tocantins, PI de Piauí e BA de Bahia.  Acredita-se que o Mato Grosso também enviará seus grãos para serem exportados pelo Porto do Itaqui, via Tegram, pois atualmente os mesmos são enviados para Santos e de caminhão, a um custo proibitivo. 
  As margens da Ferrovia Norte Sul e no município de Imperatriz no Maranhão já está em operação uma fábrica brasileira de celulose, a Suzano, que também utiliza os trilhos da FNS para chegar com seus produtos até o Porto do Itaqui e em seguida, exportá-los.
  O óleo de soja ABC já está sendo produzido em Porto Franco MA após o grupo Algar implantar sua filial industrial neste município.     

E o crescimento esperado também se dará com os conteineres, com produtos produzidos desde o estado de São Paulo e demais estados até o Maranhão que serão transportados na FNS em vagões double stack, os quais transportam conteineres 2 a 2 empilhados com alta produtividade e a um custo competitivo, conforme imagem abaixo. Imagem: Acervo Portogente (divulgação Abifer)




E Pernambuco?

  Em outro ponto do Nordeste, no estado de Pernambuco, está se instalando uma montadora de automóveis europeia, com previsão de também fabricar os motores para os seus automóveis, a qual utilizará o Porto de Suape como local de exportação de seus produtos para a Europa, para os EUA e ao atravessar o Canal do Panamá para os países da Ásia.
  Em paralelo à instalação desta montadora, uma indústria siderúrgica, também de origem europeia já está se instalando no estado de Pernambuco, para ser sua principal fornecedora de chapas de aço.
  No mesmo estado de Pernambuco já está instalada uma importantíssima indústria farmacêutica europeia sediada nos países baixos, dando origem a um grande polo farmacêutico em Pernambuco.
  A Petrobras está concluindo a construção da Refinaria Abreu e Lima, prevista para entrar em operação em Dezembro deste ano de 2014.  Como uma refinaria carrega consigo uma petroquímica, para transformar a nafta repassada a ela pela refinaria, transformando-a em diversos tipos de plásticos. Logo, também teremos uma petroquímica em funcionamento em breve. 
  Outra vocação do estado de Pernambuco é a construção naval.  Já conta com 2 estaleiros navais.
  Recife, capital de Pernambuco, conta desde 2012 com a realização anual do encontro Campus Party, maior encontro de tecnologia, inovação, ciência, entretenimento a cultura digital do mundo.  Durante 5 dias de encontro são realizados vários eventos como palestras e seminários.  No Brasil, é realizada anualmente e em apenas 2 locais: Recife e São Paulo. (recife.campus-party.org)
  Pernambuco já conta com um porto de alta produtividade, com 3 berços para conteineres, operados por um total de 6 porteineres.  Trata-se do Porto de Suape.  Possui um condomínio industrial próximo ao porto.    


Fonte: Governo de Pernambuco

Perspectivas do Ceará

  O Ceará recebeu a filial de uma das mais importantes indústrias calçadistas brasileiras de exportação, a Grendene.
  Possui várias indústrias alimentícias, tanto de farinhas quanto de sucos de frutas.
  Está em fase de implantação da Companhia Siderúrgica do Pecém, parceria Vale com 2 importantes grupos coreanos, ampliação do Porto do Pecém.  


Futuro do Nordeste brasileiro

  Planejando-se melhor as áreas de instalação das indústrias e os bairros residenciais no Nordeste, minimizaremos os problemas de trânsito, emissão de poluentes, encontrados nas atuais cidades industrializadas brasileiras.  Poderemos assistir também o retorno ao Nordeste de parte dos trabalhadores que, no passado, mudaram para São Paulo em busca de oportunidade de trabalho e se especializaram.   

  Penso que cabe na região Nordeste indústrias como: a primeira indústria de conteineres para navios porta-conteineres do Brasil, aproveitando este agigantamento dos navios porta-conteineres,  podemos fabricar conteineres e oferecer ao mundo.  Por que que a China e a Coréia do Sul podem ter atualmente os estaleiros maiores e de maior produtividade do mundo e o Brasil não pode ser um dos maiores fabricantes de conteineres para estes navios?  Até mesmo conteineres para a nossa navegação de cabotagem, pois o Brasil tem fabricado os navios, mas, na hora de ter os conteineres, os mesmos estão sendo alugados ou comprados no exterior.

  Aliás, o Brasil é atualmente o 4º maior pólo da indústria naval mundial, empregando em 2013 cerca de 78 mil trabalhadores.  Estamos atrás da China, Coréia do Sul e Japão, todos pesos pesados da construção naval mundial.  (www.portalnaval.com.br)
  Até o ano de 2001 o Brasil empregava 4 mil trabalhadores, já em 2007 eram 40 mil trabalhadores. (www.conexaomaritima.com.br)
  No passado, o estado do Rio de Janeiro foi o maior pólo naval brasileiro.  Atualmente, Pernambuco já possui os 2 mais novos e modernos estaleiros brasileiros e a Bahia um terceiro estaleiro.       

Grande terminal de conteineres já!

  Penso que o primeiro terminal de conteineres de grandes dimensões teria de ser implantado já no Porto do Itaqui, pois ele é a "foz" da etapa já implantada da Ferrovia Norte Sul.  É a solução mais sensata e de custo menor. 
  Caso seja implantado o ramal ferroviário de cerca de 477 km entre Açailândia MA e Barcarena PA, um outro terminal de conteineres deveria ser implantado em Belém ou, adaptar-se-ia o já existente terminal de conteineres de Vila do Conde, para receber navios porta-conteineres de 10.000 a 14.000 teus.
  Prolongar a Ferrovia Transnordestina de Elizeu Martins PA até Porto Franco MA, num total de 620 Km, após a sua conclusão entre Elizeu Martins PI com  saídas para o Porto do Pecém CE e para o Porto de Suape PE, com data indefinida.  Estes 2 portos, desde que adaptados seriam 2 outras opções de futuro, a medida que as exportações e importações vierem a crescer.
  Fonte de valores de distância e mapa ferroviário: www.valec.gov.br   

  Esta multiplicação de indústrias no Nordeste precisa se dar de maneira planejada, mas ao mesmo tempo acelerada, pois os produtos asiáticos estão inundando o mundo e caso os dirigentes industriais brasileiros não acordem, as indústrias brasileiras vão ficar esperando apenas o restante da economia latino americana reagir.  Todo o desenvolvimento da industrialização, o domínio da tecnologia de fabricar que o Brasil experimentou desde a década de 1930 até os dias atuais terão que continuar.  Só que os novos capítulos deverão ser praticados no Nordeste brasileiro.  Do contrário, a industrialização do Brasil corre o risco de ser lembrada apenas na nostalgia do Sudeste e Sul do Brasil.